Eu sempre achei que o futebol se assemelha a um espetáculo. Não digo isso necessariamente pela qualidade do jogo dentro das quatro linhas, mas pela própria composição do evento.
Sem que às vezes se perceba, há tanto investimento e dramaticidade quanto em qualquer produção cinematográfica hoolywoodiana, peças e musicais da Broadway ou nas novelas nacionais. Nas partidas de futebol há vilões e mocinhos, suspense, fraternidade, romance, lições de vida... Efeitos (ou defeitos, né Engenhão??) especiais e astros convidados — como Dom Romero fazendo a festa dos/as torcedores/as na ala Leste. Enfim, todos aqueles ingredientes de um bom roteiro, peça ou folhetim.
E meu Fluminense tornou-se daqueles diretores ou atores com talento para testar nos nervos e os corações de suas plateias, levando as tensões e os clímaxes ao limite. Nelson Rodrigues disse que o Fluminense era o único com vocação para a eternidade. Na certa, se estivesse vivo, o mais ilustre tricolor gostaria muito do time de guerreiros - capaz de produzir tramas tão mirabolantes quanto o dramaturgo - e reconheceria o lugar dele na história do Flu. E que história!
Ontem (porque começou na noite de 28 e acabou na 1ª hora do dia 29), no jogo contra o Libertad (PAR), não foi diferente. Havia um frisson no ar. A presença maciça dos tricolores num dia e horário ingratos já era o prenúncio, pois muitos duvidaram que encheríamos o Engenhão para continuar levando nosso time no colo.
Mas lá estivemos em grande número e resistimos aos apagões, incertezas e atrasos. E que apagão! O jogo já ia começar, Fred e He-Man já no círculo central e o juiz pronto para apitar o início, quando os refletores da ala Oeste do Engenhão se apagaram. Dessa vez foi mais diícil entender os motivos que no Fla-Flu do último domingo — afinal, nem chovendo estava!
Era o revés para apimentar o começo da história. Nesse primeiro ato conturbado, fizemos aquilo que fazemos de melhor: mostrar o orgulho de ser tricolor. Mosaico lindo pra deixar os outros com inveja! Não que as outras torcidas não façam festas tão bonitas quanto as nossas, mas a nossa é sempre mais.
Era o revés para apimentar o começo da história. Nesse primeiro ato conturbado, fizemos aquilo que fazemos de melhor: mostrar o orgulho de ser tricolor. Mosaico lindo pra deixar os outros com inveja! Não que as outras torcidas não façam festas tão bonitas quanto as nossas, mas a nossa é sempre mais.
Guerreiros acalentados e incentivados na penumbra, voltam para o vestiário. A expectativa era pelo cancelamento do jogo enquanto cantávamos pelo acendimento de "mais uma luzinha daquela lá!". Retomado o fornecimento de energia voltam os guerreiros a campo, aclamados, sob uma nova armadura: a grená, da cor do sangue do encarnado. O prenúncio que a noite exigiria miligres.
O jogo começa, o Flu vai pra cima, envolve o Libertad e aos 4" Rafael He-Man Moura marca. Êxtase tricolor!
Melhor que isso só o time não levar gols em casa ou oferecer ao público um espetáculo tranquilo para compensar o atraso no início da partida.... Ah, se fosse assim não era o Flu!
Os especialistas atestam hoje nos jornais a inclinação masoquista do time de guerreiros. Eu só acho que o Flu dos guerreiros ainda é um time de altos e baixos. Em compensação, o talento dos jogadores pode fazer a diferença, como se deu com os gols que garantiram a vitória.
Apesar de o time não ter jogado bem, as partidas de ida da Libertadores não foram boas para os times brasileiros, não. Cruzeiro fez 2x1, mas começou perdendo o jogo; Grêmio perdeu o jogo em casa, além de afastar Carlos Alberto; o Internacional empatou fora; e o Santos ganhou com saldo mínimo. De tal forma que estamos até no lucro — podia ter sido pior. Embora todos esses times estejam disputando as finais dos campeonatos de seus estados, já o Flu...
Depois da partida de ontem eu confirmo: poucas coisas no mundo são melhores que assisitr ao jogo do time de coração. Eu precisava daquele momento, daquela catarse, de gritar, de pular, de xingar! Foi bom demais!
Agora, é juntar os cacos, arrumar o que não funcionou na partida, e especialmente Ricardo Berna e Fernando Bob merecem sempre o apoio da torcida. Porque, falha por falha, eu já teria enforcado o Frederico 2789 vezes desde que ele chegou no Fluminense! *risos*
Vale dizer, e isso é muito importante, que os resultados de Enderson Moreira tem sido cada vez mais positivos. Apesar de odiar estatísticas (de qualquer natureza), seus resultados estão melhores que os apresentados pelo ex-técnico em 2011. Sem contar que nas entrevistas após o jogo ele tomou para si a responsabilidade da má atuação de Fernando Bob e ainda pediu desculpas ao garoto.
Agora, é esperar o jogo de volta no Paraguai, torcer muito pelo Flu para que a gente se encontre logo com o parceiro Vélez Sarsfield nas quartas-de-final da Libertadores, rumo a um final feliz para essa história!
Graças a Deus sou Tricolor,
Babi
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