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Fluminense Football Club

Tetracampo Brasileiro
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sábado, 30 de julho de 2011

Daquele jeito...


Estou em tempo de matar alguém!

Tenho inveja das mulheres que se dizem não afetadas pela TPM. Apesar de não acreditar nelas; talvez não sejam suficientemente atentas às mudanças que, sim, ocorrem nesses dias...

Ando irrascível, frustrada e estressada. 

Amanhã não vou ao Engenhão, tampouco assistirei ao jogo do Flu pela tv. Sou capaz de esfolar o Cavalieri até se ele pegar pênalti com a boca!!!*risos*

Estou a ponto de injetar chocolate nas veias...

Me larga, não enche, mas tenha paciência comigo, 
Babi

terça-feira, 26 de julho de 2011

Avós são mães duas vezes

O bonequinho, na crítica de O Globo, está aplaudindo de pé, mas eu ainda não sei bem o que pensar sobre "Lola" (Lola. FRA/FIL, Brillante Mendoza, 2009, 110 min.), premiado mundo afora e recém chegado ao circuito do cinema cult carioca.

Tal indecisão talvez se explique porque eu não fizia ideia da existência desse filme até comprar o ingresso - foi um convite da minha amiga Tati e eu fui! -; e assistir a um "filme no escuro" sempre tem seus riscos. Porém a questão, talvez, não seja sobre gostar ou desgostar, mas sobre estar preparada para o impacto que ele provoca. O filme é forte.
 
Lola, que em filipino significa avó, é uma modesta (recursos) e intensa (roteiro) produção franco-filipina que conta a trajetória de amor, privações e superação de duas avós. Lola Sepa (Anita Linda) luta para oferecer um enterro digno para seu neto assassinado sob um viaduto de Manila. E Lola Puring (Rustica Carpio) não mede esforços para proteger o neto Mateo (interpretado por Ketchup Eusebio. Sim, o nome é esse mesmo!!) e livrá-lo da prisão.  Seus destinos se cruzam porque Mateo é o assassino do neto da primeira Lola.

Entre o ódio e a dor intensos das duas Lolas e suas famílias, o espectador atravessa uma Filipinas chuvosa e paupérrima. Mas que, globalizada, não deixa de guardar semelhanças com outras cidades da periferia - inclusive com as áreas pobres do Rio. Enquanto a cultura vai arrebatando e limitando aquelas pessoas, seja na forma de vivenciar o luto ou no idioma coloquial - repleto de expressões em espanhol e até português - que exclui os que não compreendem o inglês do sistema oficial. 

As agruras do mundo pós-colonial estão ali, expostas.

O olhar humanista de Brillante Mendoza não é apenas uma estratégia para contar o drama que possivelmente deve ser comum a muitas avós filipinas, chinesas, sudanesas, brasileiras... Mas é responsável por captar a resilência e a plasticidade do ser humano diante do seu cotidiano e da ineficácia (ou falta de representatividade) das instituições.

Até onde nossos escrúpulos podem nos conter?
um beijo, um abraço ou aperto de mão, 
Babi

P.S. E por associação simples, nada específico, vou dormir com saudades das minhas avós, e tambem meu avô.

domingo, 24 de julho de 2011

Os caprichos da dona do jogo

Como tudo que é feminino, a bola preza ser bem tratada.

De fora, o espectador pode pensar que ela foi conquistada por esse ou aquele time; designar-lhe vários amantes; ou acreditar que ela foi seduzida pelo talento das jovens promessas ou jurou fidelidade ao talento do velho craque. Equívoco... É ela que controla o destino de todos eles.

Voluntariosa, por vezes deixa-se dominar pelos pés dos atacantes. Outras escolhe a testa dos zagueiros rumo à rede, impondo aos artilheiros um longo jejum. Noutras, ainda toma como aliada a trave e brinca com os nervos das multidões que a adoram.


Por puro capricho, a bola deixou Diego Forlan praticamente um ano sem marcar gols pela Seleção do Uruguai, para desencantar hoje, com dois gols na final da Copa América. Subiu, e muito, para contrariar a Seleção da CBF e os entusiastas  do futebol brasileiro sob a gestão Mano Menezes.
 
Apesar de Fred, Rafael Sóbis e Ciro estarem em campo, a bola escolheu a cabeça de Marquinho para interromper a sequência de derrotas do Fluminense, na vitória de 1 x 0 sobre o Palmeiras, em Volta Redonda. E permitiu que o Cruzeiro, jogando como time pequeno, vencesse o Corinthians, encerrando a invencibilidade do ainda líder do Brasileiro.

Pobres daqueles que pensam ser os astros do jogo ao invés dela. No futebol a bola pode contrariar os pés mais habilidosos...

Saudações Tricolores,
Babi

De rir, de chorar e para pensar

Depois de Adorno e muito genocício, decidi me dar uma folga de ontem para hoje e embarquei na programação da SKY de fim de semana. Vi um monte de coisas, inclusive aquela novela que esqueceu de terminar, mas vale ressaltar quatro:
  1. Vi "Nanny McPhee e as lições mágicas" (Nanny McPhee and the Big Ben. ING, Susanna White,2010). Uma gracinha de filme, com atuações graciosas de Maggie Smith (sim, a intérprete de Minerva rouba a cena nesse filme também!), Emma Thompson e Ralph Fiennes - que encanta numa única aparição.
    Só que, apesar do desfecho bem feitinho, o filme perde por ser a continuação de um primeiro original e encantador (Nanny McPhee, de 2005) — não tem mistério algum.
  2. Eu me envergonho, mas gosto do trabalho de Sylvester Stallone fora das câmaras (produtor/diretor). E estou ainda mais arrasada depois de ter visto "Os Mercenários" (The Expendables. EUA, Sylvester Stallone, 2010, 90 min.) que coisa pavorosa!
    Conseguiram desperdiçar numa só tacada um elenco relevante dos filmes de ação Willis, Li, Rourke, Schwarzenegger, Lundgren e (o bom) Terry Crews e avacalhar a estreia internacional de Gisele Itié. Deprimente. Nem o reconhecimento de algumas paisagens do RJ salva.
  3. Fui novamente arrebatada por "O profissional" (Léon. FRA, Luc Besson, 1994, 133 min.), especialmente pela jovem interpretação de Natalie Portman e por Gary Oldman (o ator das mil faces, que merece um post só dele um dia).
  4. Hoje perdi o sono, na verdade acordei as 7:30h — o que para um domingo é perder o sono, vamos combinar! *risos* —, e tive a genial ideia de ligar logo a TV. Ganhei a oportunidade de ver "O Solista" (The Soloist, EUA/FRA/ING, Joe Wright, 2009, 117 min.). Não me lembro se entrou em circuito ou foi lançado em DVD por aqui, mas se trata de um belíssimo filme.
    Conta a história real de um colunista de Los Angeles que resolve escrever a história de um morador de rua esquizofrênico e grande músico. Robert Downey Jr. e Jammie Foxx, respectivamente, abusam das boas atuações enquanto as lições de vida vão saltando da tela a cada cena... O trabalho de caracterização de Foxx já lhe rendeu até Oscar (Ray) e Downey Jr. a cada dia parece menos com o galã problemático da década de 1980.
    Superrecomendo!

um beijo, um abraço ou aperto de mão, 
Babi

sábado, 23 de julho de 2011

Redes sociais foram feitas para pessoas sem passado!

Do site do Jornal O Globo, na sessão "Digital & Mídia", ontem:

"Redes sociais estão transformando a vida amorosa e dando origem a um novo código de conduta


Publicada em 23/07/2011 às 17h26m
Joana Dale (joana.dale@oglobo.com.br)

Ilustração: Sandro Menezes

RIO - Há um mês, os 517 amigos de um designer carioca, de 36 anos, acharam que ele estava brincando quando trocou o status de "casado" por "solteiro" em seu perfil no Facebook. Por sete anos, o músico e a mulher formaram uma espécie de casal 20 da galera. Após cair a ficha, enfim, os amigos começaram a postar comentários do tipo "não curti", "também não curti", "como assim?" na página dele. 

Para a ex-mulher, ele justificou o ato - sacramentado na rede social três dias após a separação - dizendo que preferiu dar a notícia a todos logo de uma vez a ter que ficar se explicando a cada amigo que encontrasse no Baixo Gávea. Seria menos doloroso, alegou ele. Ela, por sua vez, ainda tenta assimilar a dimensão que o rompimento tomou, com sessões extras de terapia particulares e em grupo. 

 
Para alguns, ele teve uma atitude egoísta. Para outros, não. Comunicar o fim de um namoro ou casamento na internet é uma decisão unilateral? Qual é a medida para anunciar ao mundo, literalmente, o término de uma relação, sem desrespeitar o luto alheio? Estas e outras questões, nascidas no mundo virtual mas com implicações bem reais, têm alimentado reflexões e discussões, seja em mesas de bar, em consultórios de psicanálise ou em teses acadêmicas. O fato é que as redes sociais, em diferentes graus, estão causando uma série de transformações nos relacionamentos amorosos. Após saias justas, crises de ciúme e muito bafafá, aos poucos está surgindo um conjunto de novas regras de etiqueta entre os 38,4 milhões de brasileiros que usam Facebook, Orkut e Twitter, segundo números da pesquisa realizada pelo Ibope Nielsen Online no mês passado. 

- Os códigos estão sendo criados, entre erros e acertos, pois ninguém sabe ainda aonde isso tudo vai dar - diz o psicanalista Miguel Calmon, que não tem conta em nenhum site de relacionamento, mas costuma participar de debates sobre o tema no jantar com os filhos ou em seu consultório. - O mais importante é ser cauteloso e não fazer uma crítica radical e reacionária das relações intermediadas pelo Facebook, caracterizando-as como de segunda ou quinta categoria, já que as pessoas tendem a achar que amor verdadeiro era o vivido no passado. Essa revolução comportamental está transformando a forma de pensar o amor.

Para muita gente, principalmente as pessoas que ainda não entraram nessa onda, o amor nos tempos das redes sociais é mais impessoal. O psicanalista Joel Birman pondera: o momento é mesmo de repensar os preconceitos. 

- Para usar uma metáfora grega, diria que o Facebook é a Acrópole contemporânea - compara. - É um espaço social legítimo, real. A rede social abriu um espaço onde as pessoas podem restaurar laços de amizade e sentimentais numa época em que a dinâmica da metrópole moderna é uma correria só. E isso tudo precisa ser visto com leveza, de preferência sem moralismo. 

A professora Fernanda Paixão, de 29 anos, demorou seis meses até conseguir excluir o ex-namorado de sua lista de amigos no Facebook. Por questão de dias, não deu de cara com as fotos do casamento dele no mural. Ela diz que foi difícil se livrar dos vínculos, a história era antiga. O rolo começou em 2006, num tempo em que o Orkut ainda reinava absoluto - não há dados oficiais, mas calcula-se que hoje, no Brasil, existam 22 milhões de usuários do Facebook e 30 milhões do Orkut. 

- Namoramos de 2006 a 2007, e após o término encerrei minha conta no Orkut. Mas continuamos enrolados por mais alguns anos e, nesse tempo, nós dois entramos no Facebook. Foram muitas sessões de análise para saber se o tirava, ou não, da minha lista de amigos. Quando vi que acompanhar o perfil dele estava virando um vício, tomei coragem - conta Fernanda que, até hoje, segura o dedinho para não convidar o ex para ser mais um entre os seus 460 amigos.

Autoras do livro "Mulher, vamos descomplicar?", as psicanalistas Luciana de la Peña e Ana Franqueira lembram que as crises sentimentais deflagradas em redes sociais dominaram o seminário "Encontros & Desencontros - Ele simplesmente não está a fim de você", realizado no mês passado no Espaço Trocando Ideias, no Jardim Botânico. 

- O que você vai ganhar rastreando a vida do ex pelo Facebook? No máximo, vai ficar sabendo em tempo real que ele entrou numa boate e, no dia seguinte, conferir em fotos o quanto ele se divertiu - diz Luciana. - O problema dos relacionamentos não é o mundo virtual, mas o uso que as pessoas fazem dele. 

Após um rompimento, a faxina nos álbuns de fotos criados no Facebook ou Orkut é procedimento de praxe. Mas o problema é que tem sempre aquele melhor amigo do casal que acaba postando uma foto antiga que pode dar aquela angústia no peito de um deles, ou de ambos. Pior é quando alguém repassa uma mensagem cheia de duplos significados que o ex escreveu, mostrando que a vida vai muito bem, obrigado. No mundo virtual, os "falecidos" costumam ressuscitar com a maior desenvoltura. 

Não à toa, foi lançado um programinha chamado Ex-Blocker, que tem a missão de bloquear tudo (tu-do!) relacionado à antiga cara-metade. Basta inserir o primeiro e o último nome do dito(a) cujo(a) na conta no Twitter e no Facebook. O site da empresa criadora do software, em blockyourex.com , informa que, hoje, cerca de 14.900 pessoas são bloqueadas através dele. 


A administradora de empresas Vivian Mattos, de 28 anos, precisa urgentemente ser apresentada ao Ex-Blocker. Há dois meses, ela entregou sua conta do Facebook nas mãos de uma amiga, pediu para que ela trocasse a senha e, desde então, não entrou mais na rede. Tudo para não ficar com vontade de fuxicar a vida do ex, no melhor estilo "o que os olhos não veem o coração não sente". 

- Nunca fui muito adepta de redes sociais, mas acabei entrando na onda do Facebook e, quando terminei, fui obrigada a mudar meu status para solteira. Quando fui ver o dele, adivinha?, ele já havia mudado antes de mim. Que decepção! A tristeza aumentou - lamenta. - E ainda tive que ouvir de uma colega do trabalho que se ele mudou de status é porque acabou mesmo... 

Nada como um dia após o outro: Vivian jura que está conseguindo se recuperar e que está mais feliz sem a tentação de acessar o Facebook a todo momento através do celular, como antes.
- Quando quero falar com algum amigo, pego o telefone e ligo. As pessoas estão ficando loucas com o Facebook, os relacionamentos estão frios e a exposição, enorme - opina a moça. 

Na alegria ou na tristeza, o Facebook faz parte do enredo de muitas histórias de amor. A teia criada por Mark Zuckerberg em 2004, tema do filme "A rede social" (que, aliás, começa com o fim de um namoro), foi o fio condutor do último relacionamento da estudante de administração Paula Pires, de 20 anos. Ela estava saindo com um carinha que conheceu na PUC fazia meses. Ele tinha feito até a proposta de os dois assumirem um "relacionamento enrolado". Eis que certo dia Paula foi pedida em namoro oficialmente - pelo Facebook. 

- Recebi uma mensagem pelo site com uma declaração de amor fofa, com uma solicitação de relacionamento sério. Sou contra assumir um namoro no Facebook assim tão rápido, mas foi tão bonitinha a atitude dele que acabei aceitando - conta Paula, que namorou o rapaz por 11 meses. 

Solteira há menos de um mês, optou por deixar o campo do status de relacionamento em branco: 

- Me recuso a botar que estou solteira. Quem põe isso é porque está querendo provocar alguém ou porque está desesperada.
A troca de status é uma das ações de maior audiência no Facebook. Bote o aplicativo Social Statistics, que coleciona mais de dois milhões de fãs, para rodar no seu perfil e confira o resultado. No quesito Top Posts, a alteração de status sempre figura entre os dez mais comentados. 

- As pessoas costumam comentar mais o término de um namoro do que o início. Quando assumi o namoro, meia dúzia de amigas curtiu, desejou felicidades. Mas quando terminei, todo mundo da faculdade me chamou no chat para mostrar uma suposta solidariedade - alfineta Paula. 

Curtir a solteirice alheia também pode pegar mal na rede. Em abril, após o término de um namoro de dez meses, a gaúcha Karen Marcelja, de 32 anos, acabou mudando o status de relacionamento para solteira. Dez minutos depois, sua melhor amiga simplesmente "curtiu", o verbo mais conjugado no Facebook, num ato de apoio. Pronto: o barraco online foi parar no Twitter. 

- Meu ex-namorado ficou magoado com a atitude dela e foi desabafar no Twitter. Ele começou a mandar um monte de indiretas, essa minha amiga ficou furiosa, e os dois brigaram por mensagens no Facebook - conta Karen, que, no geral, acabou vendo o lado positivo da mudança de status. - Virar solteira desperta um monte de paquerinhas que estavam adormecidas. 


No fundo, todo mundo quer é ser amado, dentro e fora da internet, observa Ana Maria Sabrosa, da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio: 

- De alguma maneira, o ser humano é marcado pelo desamparo e tem necessidade imensa de ser amado. Toda publicação em rede social tem um objetivo. Mas como tudo é subjetivo, às vezes o retorno pode causas frustração, às vezes pode causar felicidade. 

Há quatro anos estudando o ambiente social do Facebook, os pesquisadores Amy Muise, Emily Christofides e Serge Desmarais, do Departamento de Psicologia da Universidade de Guelph, do Canadá, não têm dúvidas de que a rede social está tornando o exibicionismo online algo, digamos, mais natural. Mas divulgar aos quatro ventos se é solteiro, noivo, casado, viúvo ou está num relacionamento sério ou numa amizade colorida (ao todo, são nove opções de status no Facebook) tem suas implicações. Não divulgar, também. O ponto mais latente é o ciúme. 

- Algumas mulheres se tornam mais ciumentas quando passam muito tempo no Facebook. Num estudo recente, notamos que a exposição detona o gatilho do ciúme, e isso compromete a relação, deixando a pessoa menos satisfeita e menos comprometida com o parceiro - adverte Amy. 

Faz sentido. De acordo com uma recente pesquisa da empresa de antivírus Norton, o uso do Facebook é uma das principais causas de divórcios nos Estados Unidos atualmente. A canadense poderia fazer uma extensa lista de dicas para casais evitarem este desfecho e terem uma vida amorosa saudável mesmo sem abrir mão das redes sociais. 

- Se você encontrar algo que te deixe desconfortável no mural do seu parceiro, converse sobre isso. Muita informação divulgada no Facebook pode ser mal interpretada - diz Amy. 

A forma encontrada pelo casal Luciana e Gustavo Thorstensen, ambos de 37 anos e 16 de casados, para se blindar de ti-ti-tis online foi criar um perfil compartilhado no Facebook. 

- Achava ridículo ter um Facebook com o marido, porque isso tira a individualidade. Mas foi o jeito encontrado para evitarmos futuros aborrecimentos. Está dando certo - conta Luciana, que quando escreve uma mensagem no mural de algum dos 253 amigos do casal assina "/LU". - Conheço muitos casais que têm contas separadas no Facebook, mas um tem a senha do outro. Prefiro ser cafona a ser hipócrita. 

Perfis compartilhados levam a alguns problemas. Quando o relacionamento termina, a quem pertence a conta? Para alguns, a saída é extinguir o perfil. Em outros casos, um assume a conta, e muda a senha (algo como trocar a fechadura da porta na vida real). A questão da privacidade, como se vê, é complexa. E virou objeto de estudo do mestrando Gustavo Rauber, do departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais, em parceria com o Indraprastha Institute of Information Technology, de Nova Délhi. No total, 744 pessoas participaram da pesquisa, que será divulgada em outubro, no evento WebMedia'11, em Florianópolis. Entre as conclusões, ele confirmou que os indianos, por exemplo, são mais cautelosos do que os brasileiros nas redes sociais. 

- A maioria das pessoas ignora os controles de privacidade existentes. Pode ser por desleixo, por autopromoção ou pela falta de intimidade com o sistema - avalia Gustavo. 

Especialista no assunto, ele divide bem o que compartilha entre os seus cerca de 250 amigos no Facebook. Menos da metade deste total, por exemplo, soube que ele ficou noivo da namorada há seis meses. 

- Dá trabalho, mas através das configurações de privacidade é possível definir os diversos níveis de intimidade por grupos. Apenas os amigos que eu gostaria foram avisados do meu noivado - diz o pesquisador mineiro, de 28 anos. - Todos nós estamos limitados a um certo número de amizades, seja por falta de tempo ou pela nossa capacidade cognitiva. O valor mediano para tal limite é estimado em 150 amizades, conhecido como número de Dunbar. E esse número foi confirmado no Facebook: apesar de você ter dois mil amigos, não consegue manter contato com muito mais de 150 pessoas. 

A administradora Bárbara Bretas, de 34 anos, é um exemplo de usuária seletiva. Em seu perfil, são 134 amigos contados nos dedos. Para ela, rede social é coisa séria. Foi através do Facebook, inclusive, que conheceu seu atual namorado, o piloto Gustavo Perrota, de 29. A história é um conto de fadas com toques bem contemporâneos: certo dia, uma amiga em comum resolveu bancar o cupido e sugeriu que ela desse um confere na ficha e nas fotos de Gustavo na sua lista de amigos (encontro às escuras entrou mesmo em extinção). Mas qual não foi a surpresa ao dar de cara com o aviso "Gustavo Perrota está em um relacionamento sério", que parecia piscar no monitor. Hoje, aos risos, ele explica o acidente de percurso: 


- Eu já estava de saco cheio da quantidade de periguetes querendo me adicionar, então resolvi mudar meu status de relacionamento.
Sobrou para a amiga-cupido desfazer o mal-entendido. Em cinco minutos, o status de relacionamento dele ostentava um atraente "solteiro" de novo. 

- Quando vi que ele estava solteiro mesmo, comecei a olhar as fotos, vi que era gatinho, e dei o aval para a nossa amiga nos apresentar - conta Bárbara. 

Os dois saíram pela primeira vez no último carnaval e não se largaram mais. Quer dizer, já rolaram umas briguinhas, o suficiente para para ela tirar do perfil que estava em um "relacionamento sério com Gustavo Perrota"... 

- Para não virar bagunça, depois da terceira troca de status, resolvemos agora deixar essa lacuna em branco. Não quero mais dar satisfação para ninguém sobre a nova vida amorosa - avisa Bárbara. 

Roteirista da peça "Adultério", em cartaz no Teatro do Leblon até o fim do mês, o dramaturgo Daniel Herz, da Companhia Atores de Laura, levou o mito da traição virtual para o palco: 

- É uma discussão aberta. Há quem pense que a chamada traição virtual alivie o desejo da traição na carne - comenta Daniel, casado e com a lacuna do status de relacionamento em branco no Facebook. - Nós conversamos sobre isso e optamos pela discrição.

Pode ser apenas uma coincidência, mas acabou de desembarcar no Brasil um site de relacionamentos que facilita a vida de pessoas casadas que querem pular a cerca. De origem americana, o Ohhtel é gratuito para mulheres. Homens pagam R$ 60 para enviar emails para as pretendentes. Nos sete primeiros dias por aqui, o site atingiu a marca de 63.317 inscritos (no total, são um milhão e 300 mil participantes, de diversos países). Neste caso, só a troca de mensagens é virtual. O objetivo final é a "traição na carne" mesmo."

No comments,
Babi

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Cena de inverno carioca

Há pouco presenciei um assalto.

Só tinha ido à farmácia, inocentemente, comprar um remédio para o meu pai.  Os caixas foram roubados e também todos os objetos das pessoas que estavam na fila - ninguém se feriu. Como eu tinha acabado de entrar, e estava mais para a lateral da loja, nada aconteceu comigo.

Ao estacionar, um jovem parou a moto mais próximo da rua e dois outros pararam a moto na vaga ao lado, na porta do estabelecimento. Ao abrir a porta, um pé fora do carro, eu pensei "ai, que merda"  e imediatamente me repreendi: "não pense isso só porque os caras são negros, não seja racista!"

E todos me disseram depois: é melhor ser racista que assaltado. Não sei, não...

quinta-feira, 21 de julho de 2011

109 anos, Retumbante de Glórias!

"Assim é o tricolor. Ele não sofre, se purifica.
Os invejosos desafiam, dizem que os tricolores são poucos. Equívoco; são relíquias. E preciosidade não se encontra às pencas no boteco da esquina.
Tanto faz se as outras torcidas são maiores: os tricolores são a nata. São selecionados, carimbados, separados como joio do trigo.

Porque torcer pelo Fluminense não cabe a qualquer um; é privilégio. São pessoas acostumadas a bons espetáculos e a craques, muitos craques.
Gênios da bola, como Tele, Didi, Gerson, Rivelino, Assis - e é melhor parar por aqui, por respeito às limitações alheias. Também por classe. Afinal o tricolor é fino, educado. Não precisa se esgoelar para provar o que é.
Simplesmente é, porque ser Fluminense você não escolhe, você nasce, por isso somos a torcida mais apaixonada e fiel."

Nelson Rodrigiues
(1912-1980)



 

21 de Julho: Dia do Fluminense e dos Tricolores. 

 

Agora o FFC só precisa de um pouco + de carinho por parte dos jogadores, da diretoria e do patrocinador... E que as contratações (Lanzini, Martuniccio, Sóbis) surtam efeito, apesar de não ter sido anunciado nenhum zagueiro; que os jogadores saiam do DM e voltem a ser o time de guerreiros; e que venha o CT!

beijos em verde, branco e grená, 
Babi

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Todo amor...

Não é possível mensurar, mas se fosse, todo amor que há nessa vida seria compartilhado entre mim e meus amigos.

E não porque eles e elas são muitos. Ao contrário, sequer preciso de todos os dedos de minhas mãos para contabilizá-los. Mas sim porque são tão especiais e essenciais que só um pouco de amor não pode nos representar!

São eles e elas que tornam menos áspera minha trajetória de filha única. E não importa quanto tempo ficamos sem nos ver , nos falar ou aproveitar nossas companhias... No mais breve e casual encontro, no primeiro grito de socorro, com um torpedo ou telefonema inesperados ou a chance de compartilhar um brownie, um café ou um chopp... as falhas de espaço e tempo deixam de existir. E é como se tivéssemos estado sempre juntos. (e, na verdade, estamos mesmo!)

Por isso, não faz diferença se esse post não é recheado por nossas muitas fotos juntos, de citações explícitas de seus nomes e méritos ou das mais escancaradas rasgações de seda. Para nós nada disso é necessário, pois não é preciso uma data para que eu lembre do quanto vocês são importantes ou mesmo uma mensagem para demonstrar todo o meu carinho - nossa amizade é maior e mais intensa que todas as formalidades. 

Mas ainda assim: FELIZ DIA DO AMIGO!



sábado, 16 de julho de 2011

Sempre Fluminense, ganhando ou perdendo

Mas já deu os discursinhos de Abel Braga, Sandrão e, principalmente, do Peter Homer Siemsem sobre a qualidade do elenco e as desculpas para a falta de reforços, inconsistência nas contratações e investimentos no time.

Hoje, esse time está muito longe de ser Time de Guerreiros...

A campanha é antiga, da época do rebaixamento, mas permanece relevante.

Torcendo muito para que o dia hoje seja bom mesmo. Hoje tem, na fase 1, mais Arraial de meus amores (falta quanto para julho acabar, meu Deus?! *risos*) e jogo do Fluminense (Coritiba x Flu, lá no Couto Pereira), com direito a flashes de Argentina x Uruguai nos intervalos. Quanto a fase 2... é melhor deixar quieto!


um beijo, um abraço ou aperto de mão, 
Babi

sexta-feira, 15 de julho de 2011

"The scar had not pained Harry for nineteen years. All was well".

Atenção: Spoiler de Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2.

Tudo terminou há pouco. Mais de uma década de estórias contadas em sete livros e oito filmes torna-se História. Com a frase final sendo substituída por olhares silenciosos de Harry, Ron e Mione aos seus filhos na plataforma 9 ¾.
 No primeiro livro J. K. Rowling profetizara através da Profa. Minerva MacGonagall: "Ele vai ser famoso, uma lenda. Eu não me surpreenderia se o dia de hoje ficasse conhecido no futuro como o dia de Harry Potter. Vão escrever livros sobre Harry. Todas as crianças no nosso mundo vão conhecer o nome dele!"

Ela tinha toda razão. E com a estreia de HP 7/2, considerando-se que mais de US$43 milhões foram arrecadados com as sessões de estreia (à meia-noite), hoje pode mesmo ser esse dia.

Depois de chorar horrores, sou incapaz de fazer qualquer comentário técnico ou artístico sobre o filme - e acho que vou precisar de mais uma ou duas idas ao cinema para ser capaz de apreciar e criticar o filme. E, considerando que nunca gostei da direção de David Yates e ao contrário de 99% dos fãs da série, pra mim o melhor filme da série é "o Prisioneiro de Azakaban", dirigido por Alfonso Cuarón, é melhor deixar na mão dos críticos profissionais! 

Mas dá para dizer umas coisinhas: o filme é de Maggie Smith (Minerva), Alan Rickman (Severo), Ralph Fiennes (Voldemort) e Helena Bohnam Carter (Belatrix). Quando a Profa. Minerva toma a defesa de Hogwarts após a fuga de Snape e Mione se transforma em Belatrix com a poção polissuco as duas atrizes estão fantásticas!

Aquele-que-não-deve-ser-nomeado está pior que nunca, de dar medo mesmo... e fica quase insano quando percebe que as coisas fugiram ao seu controle - ao perceber que as horcruxes estão sendo destruídas, por exemplo - e no embate final com Harry. E as tensões e contradições de Snape são incríveis! Principalmente suas memórias vistas na penseira...


As cenas da entrada e da fuga do Gringnotes foram muito boas. Assim como uma série de cenas e diálogos descontraídos ao longo, principalmente da primeira metade, do filme. Porque a perda de todos os personagens foi trágica, tal qual no livro. O que levou a um chororô generalizado no cinema! (que, a propósito, não contava com muitos freaks - só se eles ficaram nas outras salas... ) Em especial as mortes de Severo, Fred, Remo e Tonks - todas de cortar o coração.

Mas emocionante mesmo foram os fantasmas que surgiram com a pedra da ressureição: Sirius (o sempre sensacional Gary Oldman) apareceu lindo e forte como sempre ao lado de James (Tiago), Lilian e Remo...  A melhor cena de Harry (Daniel Radclife) no-fil-me! Toda a intensidade dos diálogos foi mantida, ele estava tão desamparado...

Infelizmente o romance ficou em 15º plano (como sempre nas obras do Yates!), e tanto Ron e Mione quanto Harry e Gina não tiveram muito o que mostrar. Além do destino mais que fraco que foi dado a Varinha das Varinhas - sem pé nem cabeça!!!

No entanto, como eu já havia me preparado para me decepcionar horrores com o epílogo, acabei sendo surpreendida positivamente. A refilmagem do evelhecimento melhorou 100%, apesar de que podia ter sido ainda mais caprichada - exceto o do Harry que funcionou bem. Porque, na boa: pouquissimas pessoas são tão sem sal e mal-cuidadas aos 35 anos, principalmente em Londres!*risos* Mas, ok... a cena é fofa e fundamental para a estória - os filhos do Harry são fofos como Daniel era há dez anos!



E assim sinto como se eu tivesse acabado de dizer adeus a alguém próximo. Até um pouco devastada, como a maquiagem borrada é capaz de comprovar...*risos*

Mas será que tudo termina? Mesmo que J. K. e a Warner decidam continuar a saga de Harry Potter de alguma forma, hoje foi o fim de um ciclo.
 
Mal-feito, feito.
Babi

quarta-feira, 13 de julho de 2011

#diamundialdorock



Stairway to Heaven
Led Zepplin
























Poderia ter sido outra entre um milhão de canções - e não me pergunte por que escolhi essa para comemorar o "Dia Mundial do Rock", acordei com ela na cabeça.

Live or Let Die
Babi

terça-feira, 12 de julho de 2011

O universo ao meu redor

Uma noite, antes de dormir, você se dá conta de que tantas coisas que menos desejava aconteceram.

Como dormir? Não deixar o desespero bater resolve a questão? Controlar todas as emoções com a destreza de um iogue e evitar um ataque nervoso resolverá tudo? Dar vazão a todas as frustrações num rio de lágrimas desafoga?

Agora, só sei que estou péssima e isso me basta. Ah, quem dera a sabedoria da minha avó agora funcionasse: nada melhor que uma boa noite de sono, por que ao amanhecer tudo é sempre diferente.



Nas centenas de canais de TV não há nada, nem um filme de contenção aqueles que, na hora do aperto, divertem e distraem pq já foram vistos dezenas de vezes. Enquanto isso várias perguntas começam a rondar minha cabeça feito vagalumes...

A vida é justa comigo? Sou eu suficientemente justa para a vida que eu desejo ter?

Dizem que o tempo de Deus não é o mesmo que o meu. Ok, mas quando? Uma das coisas que eu mais quero é saber que meu pai está curado do câncer.

E quanto a você... Será que sente a minha falta na sala de aula? Ou já passou a saudade e com isso você também deixou de se importar?

Será que algum dia, um único dia, você perdeu alguns minutos para pensar em mim? Passou pela sua cabeça importante, intelectual e cheia de compromissos algum arrependimento?

Diz a verdade: sua nova namorada é melhor que eu? Você gosta mais da comida dela do que da minha? ela sabe cozinhar, a propósito? Vocês também batem altos papos sobre futebol? Ficam horas conversando sobre música e cinema? É fácil rir dela, com ela, da vida que vocês têm levado ou do seu mau-humor matinal? Ela é melhor que eu na cama? Ela se importa com você, com as suas coisas, curte o seu mundo e quer sempre te ver melhor? Você já conseguiu esquecer o meu perfume?

Decepção? Já sabia que meu time ia perder domingo. Tudo bem, estava tranquila quanto a isso. Mas será que precisava perder jogando bem? Já que resolveu jogar bem não podia ter ganhado o clássico? Não... tô pedindo muito, esse coração (e tantos outros) precisa de uma dose extra de sofrimento.

E você, será que ainda queria me ter como sua orientanda? Será que ainda hoje enxergaria algum potencial em mim? Ou não há mais motivos para me admirar?

Acha que algum dia ainda vou ser uma historiadora como sonhei quando decidi fazer vestibular? 

Você acha que seus novos amigos e amigas são mais divertidos, leais e interessantes que eu? Seu mundo é tão diferente hoje que já não há mais lugar para mim?

Vai tudo dar certo ou já é hora de mudar? Posso ficar sem prejuízo aonde estou, ou conforto nem sempre é a melhor opção?

Vai lá, me diz, de verdade: sou uma boa professora? Dá para ouvir minhas aulas sem querer morrer? Sem querer me matar?

Eu te faço alguma falta?

Quando a luz dos vagalumes-perguntas somada a da televisão deixaram o quarto tão claro feito dia, o melhor a fazer foi esconder o rosto sob o travesseiro e as cobertas...

Adormeci para sonhar com as respostas mais esdrúxulas.

Sono intranquilo, nem preciso dizer. E uma pergunta hiperresistente deu boas-vindas ao amanhecer nublado: quando eu vou ser feliz de novo? 


Felicidade de verdade, não essa de depois de comer torta de chocolate...

Babi

Secador quebrado!

Definitivamente, no futebol, eu não sei "secar" ninguém: na final da Libertadores (por causa do Muricy Ramalho) me esforcei "secando" o Santos. Acabou tricampeão... Essa noite "secando" a Argentina loucamente, o time vence por 3 x 0.

Será que se eu começar a "secar" o Fluminense dá certo? Ou nem assim vai?

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Potiche: Esposa Troféu

Ah, pela primeira vez no ano uma sessão de cinema sem blockbuster... E em sessão programada, nada de passar na porta do cine e sentar para ver qualquer coisa!



Há umas duas semanas estava namorando a programação do Odeon para ver "Potiche: Esposa Troféu" (Potiche. FRA, François Ozon, 2010, 103 min.), que aparecia nos jornais e sites bem avaliado pela crítica. Não li a sinopse, tampouco as críticas, mas fiquei interessadíssima — não sei se por causa do título.

Conta sobre uma típica família burguesa francesa de fins dos anos 70: uma dona de casa (impecável Catherine Deneuve), casada há mais de 30 anos com um homem que a trai e subjuga (Fabrice Luchini) e com um casal de filhos adultos — e seus próprios problemas —, cuida com devoção da família. Só que Mme. Suzanne, de aparência tão distinta, esconde inúmeros segredos, dentre os quais seu talento para os negócios e um tórrido romance com um rechonchudo Gérard Depardieu...

Que grata surpresa! Depois daquela tosqueira que se ousa chamar comédia ("Se beber não case, Parte 2), finalmente uma comédia de verdade! O filme é divertido , sensível e surpreendente... "Potiche" conta a estória dos segredos que todos nós guardamos e das pessoas que realmente não são aquilo que aparentam.

Um filme inteligente, finalmente! É a vida voltando ao normal.

um beijo, um abraço ou aperto de mão, 
Babi

EncontrÁfrica: "Uma teoria política do cotidiano na diáspora negra"

Hoje à tarde assisti a uma palestra muito boa, organizada pelo LEÁFRICA (IH/UFRJ).

Aquele tipo de evento e comunicação que aquecem (meus) coração e mente, indicando que meu tema de pesquisa me faz feliz — e isso não é pouca coisa, não.  



Fui apresentada ao trabalho do Professor Michael George Hanchard, um "brasilianista" do Departamento de Ciências Políticas da  John Hopkins University, com produção acadêmica significativa sobre a questão da diáspora africana. Dentre o que se destaca  o trabalho Orpheus and Power: Afro-Brazilian Social Movements in Rio de Janeiro and São Paulo, Brazil, 1945-1988 (1994), já traduzido para o Português. 

A palestra de hoje foi sobre o capítulo 7 do livro Party/Politics: Horizons in Black Political Thought (2006), compartilhando importantes aspectos teóricos e metodológicos sobre as teias estabelecidas entre as comunidades diaspóricas, a sociedade civil e o racismo a partir do conceito de Coagulação. 

Fiz milhaaares de anotações — o que nem é meu perfil — e no meio de várias reflexões importantes, num dado momento ele disse: "a afirmativa da teoria política conservadora e liberal de que o Estado é a única fonte da ação política". Hahahaha! Amei!

A cada dia mais vendida ao pós-colonialismo,
Bárbara Lima

P.S. E para completar, o evento foi num desses novos ambientes do novo IFCS depois de mais que merecidas e justas  reformas... Muito legal a sala 113.

Alegria, Alegria


CONSEGUI! Ufa...

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Fazendo minhas as palavras dela

MUDANÇA



"Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade.

Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.

Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa.

Tome outros ônibus.

Mude por uns tempos os estilos das roupas.
Dê os seus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.

Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.

Veja o mundo de outras perspectivas.

Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda.
Durma no outro lado da cama...
Depois procure dormir em outras camas.

Assista a outros programas de TV, compre outros jornais... leia outros livros.

Viva outros romances.

Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.

Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.

Corrija a postura.

Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.

Tente o novo todo dia.
O novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor.

A nova vida.

Tente.

Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.

Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outro padaria.

Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.

Escolha outro mercado... Outra marca de sabonete, outro creme dental...
Tome banho em novos horários.

Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.

Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.

Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escreva outras poesias.

Jogue os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.

Abra conta em outro banco.

Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.

Mude.

Lembre-se de que a Vida é uma só.

E pense seriamente em arrumar um outro emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano.

Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as.

Seja criativo.

E aproveite para fazer uma viagem despretenciosa, longa, se possível sem destino.

Experimente novas coisas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experiemente outra vez.

Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas, mas não é isso o que importa.

O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia.

Só o que está morto não muda!

Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena!!!
"


Para começar bem a semana; para tentar um recomeço em Julho,
Babi
 

Update: A autoria do poema é atribuída a Clarice Lispector (1920-1977) e reivindicada por Edson Marques (http://mude.blogspot.com).

sábado, 2 de julho de 2011

2 de Julho, Dia Nacional do Bombeiro Brasileiro. E no Rio, comemorar o quê?

Há 155 anos, depois de uma série de incêndios que destruíram o patrimônio público e artístico da Capital do Império, como o Mosteiro de São Bento (1732) e o Teatro São João (atual João Caetano, em 1851 e 1856), D. Pedro II organizou o Corpo Provisório de Bombeiros da Corte. Gênese do que, em 1880, se tornaria o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ).
 
Se os soldos pagos aos Bombeiros do RJ não são -  unanimidade! - motivos de comemoração, os militares envolvidos na tomada do Quartel Central conseguiram a anistia. É só um passo, mas é importantíssimo para luta da coorporação.

E talvez, dotado de um bom senso que nunca se tenha visto em sua trajetória política, o governador Sérgio Cabral e o comandante Sérgio Simões diminuiram a dimensão das comemorações. Todo ano, nessa data, os Cadetes BM recebem seus espadins, são entregues as medalhas e condecorações do ano anterior, há um cerimônia ecumênica e um grande coquetel no Quartel Central. As festas duram todo o dia.

Hoje, o palco das arbitrariedades do governador e do mau-caratismo da deputada Clarissa Garotinho estará fechado. Sinal dos últimos tempos, a solenidade foi transferida para o Complexo de Ensino Coronel Sarmento (Guadalupe) e data comemorada apenas com a formatura dos alunos da Academia de Bombeiro Militar Dom Pedro II.

Não há mesmo quase nada para comemorar. A não ser a continuidade da luta.
um beijo, um abraço ou aperto de mão,
Babi