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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Pobreza


Com oito ou nove anos eu ouvia muito a frase: "fulano é pobre de espírito". Difícil para uma criança compreender o que é ser pobre de espírito. Mas muitos anos mais tarde eu vim a entender: não é o mau, não é o sem-caráter, mas alguém que se compraz do que não tem graça, da infelicidade alheia, do que dá errado na vida dos outros.

Um dia desses uma pessoa que teve um problemão no trabalho, gastou horas e horas tentando resolver o imbróglio. Conseguiu, mas se desgastou, ficou irritada e nervosa, essas coisas que a gente sente quando alguma coisa que era para dar certo dá errado. No dia seguinte, logo que ela chegou ao trabalho, uma fulana lhe disse: "nossa, que problema ontem, hein! Deu uma confusão, né?"

Sim, tinha dado uma confusão, a pessoa envolvida sabia do tamanho do problema que tinha tido de resolver. Mais do que qualquer outra pessoa ali, essa sabia o quanto tinha se desgastado e desprendido energia; não precisava de mais ninguém para lembrar. Mas, a pobre de espírito, foi lá espezinhar, talvez a sua única oportunidade de ver por baixo alguém que sempre esteve por cima. E aproveitou a chance para exibir sua pobreza espiritual.

O mesmo acontece com aquela amiga que liga depois que você desmanchou um namoro, um casamento de anos... E essa gente faz questão de dizer: "que pena, né, que isso aconteceu com você..." E vai lá, repete a história sobre a qual você nem gosta de pensar, quanto mais de lembrar!

O conselho para lidar com o pobre de espírito: sorria, mas não diga nada. Os pobres de espírito odeiam sorrisos, por que eles, os sorrisos, são manifestação da alma apaziguada. Coisa que, aliás, este pobre de espírito não sabe o que é. 

Então, mostre para ele que a despeito de todo o mal que te passou, você, que não é pobre de espírito, vai superar.




Ser Pobre de Espírito. Inês de Castro, 07 de fevereiro de 2012.



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