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quarta-feira, 2 de maio de 2012

Na mosca!

O texto de Elio Gaspari, publicado em sua coluna de hoje, na Folha de São Paulo, expõe o Excelentíssimo (sic) Governador do Rio e seus comparsas de forma tão eficaz que não há o que complementar. 

Infelizmente, a certeza de que este político não levou e jamais levará meu voto não me exclui de seus desmandos. Culpa da "Vontade da Maioria"...*risos* 



ELIO GASPARI

Cabral quis ser chique, foi brega

Novíssimos ricos do Brasil emergente constrangem a patuleia com sua promíscua vulgaridade

VERGONHA, ESSA é a sensação que resulta dos vídeos das villegiaturas parisienses do governador Sérgio Cabral em 2009, acompanhado por alguns secretários e pelo empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta.
Uma cena pode ser vista com o olhar do casal que está numa mesa ao fundo do salão do restaurante Louis 15, no Hotel de France, em Mônaco. ("Este é o melhor Alain Ducasse do mundo", diz Cabral, referindo-se ao chef.)
Ela é uma senhora loura e veste um pretinho básico. A certa altura, ouve uma cantoria na mesa redonda onde há oito pessoas. Admita-se que ela entende português.
O grupo comemora o aniversário de Adriana Ancelmo, a mulher de Cabral, e festeja o próximo casamento de Fernando Cavendish.
Até aí, tudo bem, é vulgar puxar celulares no Louis 15 e chega a ser brega filmar a cena, mas, afinal, é noite de festa. A certa altura, marcado o dia do casamento, Cabral decide dirigir a cena: "Então, dá um beijo na boca, vocês dois."
Cavendish vai para seu momento Clark Gable, e o governador diz à mulher do empreiteiro: "Abre essa boca aí". As cenas foram filmadas por dois celulares. Um deles era o do dono da Delta.
Na mesma viagem, Cavendish, o empresário George Sadala, seu vizinho de avenida Vieira Souto e concessionário do Poupatempo no Rio e em Minas, mais os secretários de Saúde e de Governo do Rio, (Sérgio Côrtes e Wilson Carlos), estão no restaurante do Hotel Ritz de Paris.
Até aí, tudo bem, pois o empreiteiro tinha bala para segurar a conta. Pelas expressões, estão embriagados. Fora do expediente, nada demais. Inexplicáveis, nessa cena, são os guardanapos que todos amarraram na cabeça. Ganha uma viagem a Dubai quem tiver uma explicação para o adereço.
O álbum fecha com a fotografia de quatro senhoras gargalhantes, no meio da rua, mostrando as solas de seus stilettos (duas vermelhas). Exibem como troféus os calçados de Christian Louboutin. Nos pés de Victoria Beckham (38 anos) ou de Lady Gaga (26 anos), eles têm a sua graça, mas tornaram-se adereços que, por manjados, tangenciam a vulgaridade.
Não é a toa que Louboutin desenhou os modelos das dançarinas (topless) do cabaret Crazy Horse.
As cenas constrangem quem as vê pela breguice. Até hoje, o ex-presidente José Sarney é obrigado a explicar a limusine branca de noiva tailandesa com que se locomoveu numa de suas viagens a Nova York. (Não foi ele quem mandou alugar o modelo.)
A doutora Dilma explicou que não foi ela quem mandou fechar o Taj Mahal. No caso das vileggiaturas de Cabral, a breguice não partiu dos organizadores da viagem, mas da conduta dele, de seus secretários e do amigo empreiteiro.
Esse tipo de deslumbramento teve no governador um exemplo documentado, mas faz parte do primarismo dos novíssimos ricos do Brasil emergente.
Noutra ponta dessa classe está o senador Demóstenes Torres, comprando cinco garrafas de vinho Cheval Blanc, safra de 1947: "Mete o pau aí. Para muitos é o melhor vinho do mundo, de todos os tempos (...) Passa o cartão do nosso amigo aí, depois a gente vê". O amigo do cartão era Carlinhos Cachoeira que, por sua vez também era amigo da empreiteira Delta, de Cavendish.





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