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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

De dona Magali a genialidade

Apenas um motivo me levou ao cinema para assistir a "O Homem do Futuro" (BRA, Claudio Torres, 2011, 102 min.), e ele tem nome e sobrenome: Wagner Moura.

Há algum tempo, bem antes do filme entrar em cartaz, li uma nota (não me recordo onde, ou de quem era a nota) tirando um sarro da futura aposta do cinema nacional que tentaria tirar um sarro com o clássico "De volta para o futuro" (Back to the future. EUA, Robert Zemekis, 1985, 116 min.), ou seja, cheirinho de fracasso no ar... 

Ainda bem que o talento de Moura permitiu que eu não desse ouvidos aquele(a) mal-humorado(a) que tentou comparar esse filme ao clássico de Zemekis. "O Homem do Futuro" é muito bom!

A trilha sonora é impecável. Daquelas que te faz lembrar vários momentos da sua vida e sair cantarolando do cinema; e eu saí do OdeonBR de iPod na mão, já procurando "Tempo Perdido", da Legião Urbana.

E, olha que eu só conheci a Legião já no finzinho da banda. Meu primeiro CD foi a Tempestade ou o Livro dos Dias, de 1996, ano em que Renato Russo morreu e a banda terminou. Portanto, apreendi as músicas da banda "de trás para a frente" e não curti o sucesso do grupo como aqueles que eram adolescentes e jovens em 1985 tiveram a oportunidade...

Além disso, Alinne Moraes (Helena), bonita como sempre, tem uma interpretação segura e demonstra total entrosamento com Moura (Zero). Assim como Maria Luiza Mendonça, parece mesmo estar se tornando mais uma atriz de cinema que de televisão. Não dá para dizer que foi o pior do filme, mas Gabriel Braga Nunes e Fernando Ceylão estiveram fora do tom.

E o que dizer de Wagner Moura, o motivo do ingresso? Que é o melhor ator do cinema nacional e um dos melhores do país de modo geral, sem dúvida. E Zero é a prova mais recente de seu imenso talento, pois exige dele três interpretações sutilmente diferentes e semelhantes: com as viagens no tempo, o personagem incorpora consciências sobre o passado e o futuro. Não são a maquiagem ou os efeitos que nos fazem perceber as mudanças dos personagens e situações (tempo), mas a própria interpretação de Wagner, que produz um Zero realmente diferente para cada momento. 

Sem contar que, após o histórico Capitão/Coronel Nascimento, de Tropa de Elite, ele volta a fazer comédia. E tem um desempenho tão bom quanto o que me conquistou (de verdade) em "Sexo Frágil" e brilhava ao intepretar a arretada dona Magali.

Na série, exibida por duas temporadas (2003 e 2004), Wagner Moura, Lázaro Ramos, Lucio Mauro Filho e Bruno Garcia eram atores promissores que se dividiam na interpretação dos papéis masculinos e femininos, para contar, de forma bem-humorada, as relações entre homens e mulheres. Hoje todos são atores reconhecidos e bem-sucedidos. E, sem dúvidas, Wagner Moura é a estrela mais ascendente dos quatro. Nos teatros, na televisão e no cinema sua genialidade já foi comprovada. E, em breve, chegará a Hollywood.

Só isso bastaria, mas "O Homem do Futuro" também é inovador. Após a sequência de filmes realistas ("Cidade de Deus", "Carandiru" e "Tropa de Elite") e dos enlatados da Globo Filmes, o cinema nacional embarca na ficção científica. E não faz feio. 

Claudio Torres mostra que pode fazer mais que boas comédias. Encontra soluções estéticas simples para falar de tecnologia; usa locações inteligentes (como o campus do Fundão da UFRJ), apesar de repetir o batidérrimo prédio Ministério do Trabalho, no Centro do Rio; e dá aula de Filosofia e Física da forma mais simples e despojada - tal qual Alfonso Cuaron em "Harry Potter e o Prisioneio de Askaban" - ao discutir a teia espaço-tempo e a demanda humana pelas viagens no intertemporais. O tempo e o espaço são, não há outra realidade.

Ah, quem me dera outra realidade agora... Mas se eu voltasse no tempo amanhã não seria tudo o mesmo?

um beijo, um abraço ou aperto de mão,
Babi

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