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domingo, 26 de dezembro de 2010

Seria cômico se não fosse trágico!



O WikiLeaks é a bola da vez!

Talvez só no Rio de Janeiro tenha ficado em segundo plano, e a "vitória" das "forças de segurança" nas comunidades (sic) do Alemão e da Penha teve mais destaque.

Uma organização de mídia não governamental detona com uma das bases das relações internacionais: a Diplomacia. Segredos simples, alguns sem graça mesmo, tornaram-se chocantes pelo simples fato de terem sido revelados. Não é para ninguém saber se alguém acha que a Sra. K, presidente da Argentina, é maluca!

O site sempre denunciou abusos dos Estados Unidos nas suas guerras contra o terrorismo no Afeganistão e no Iraque, as vezes divulgou os demandos apenas imaginados em Guantanamo. Julian Assange, seu fundador, sempre foi um porta-voz eloquente e divulgador carismático - a imagem de surfistão pega bem. Não aparecia todos os dias, mas sempre que vinha a público trazia um furo.

Mas a partir do dia 28.11.2010, site e fundador, em nome da liberdade de expressão (que você também pode achar que é puro oportunismo, sem problemas), cairam nas mãos dos algozes sedentos. Foram publicados cerca de 250 mil telegramas secretos dos serviços diplomáticos estadunidenses ao redor do mundo. Daí para frente, ladeira abaixo! 

O site foi tirado do ar (ah, o link lá em cima é meramente formal *risos*) e Assange entrou na lista de procurados da Interpol. Na verdade, a Suécia tinha expedido, uns dez dias antes da publicação das correspondências, um mandado de prisão internacional por abuso sexual. Ou seja, juntou a fome com a vontade de comer!
 
Quando Assange se entrega a Polícia na Grã-Bretanha, sem direito a fiança, os apoiadores do WikiLeaks foram pressionados: estão impedidos de fazer doações. Em resposta, hakers-apoiadores atacam sites da Mastercard ou do banco suíço PostFinance, por exemplo.

A batalha será longa, a guerra confusa demais para ser acompanhada pelos meros mortais nos meios de comunicação. Nem se iluda. O WikiLeaks e Assange fazem bem à transparência, à liberdade de expressão e à opinião pública. Mas eles são, por isso mesmo, inimigos declarados dos Estados.

Não se tratam de informações cruciais reveladas, mas a instituição internacional Diplomacia só existe de mãos dadas com o Secreto. Se alguém já teve a oportunidade de ler documentos de missões diplomáticas, eles transitam entre o putz... e o putz! (o escroto e o foda, depende da entonação). É sério. 

Durtante quase um ano eu fiz pesquisas no Instituto Histórico do Palácio do Itamarati, no Rio de Janeiro, lidando com as correspondências (exclusivamente telegramas) das missões diplomáticas brasileiras em Berlim, Roma e Tóquio entre 1937 e o mais próximo de 1945. É claro que havia informações relevantes sobre a postura do Brasil no decorrer da Segunda Guerra Mundial; o trânsito do governo Vargas entre Estados Unidos e Alemanha; as impressões de diplomatas que forjaram muitas decisões políticas; comentários nocivos sobre esse ou aquele político estrangeiro da época; investigações sobre pessoas e famílias consideradas subversivas. No mais, havia notas sobre festas, compra de materiais, falta de insumos de papelaria, quebra de equipamentos, emissão de pagamentos...

Bizarros ou fundamentais, esses documentos, se revalados àquela época, teriam sido explosivos. Talvez ainda mais que a pendenga que vemos em tempos de WikiLeaks, pois a guerra era declarada.

A missão diplomática é "um pedaço" do país no exterior, e como tal o que é dito deveria ficar apenas entre os que são de casa.  Nem sempre é nitroglicerina pura, mas há, naturalmente, tão pouca transparência nas relações diplomáticas que qualquer coisinha pode destruir o tênue equilíbrio Amigo-Inimigo. Sem falar que o romantismo da Espionagem torna-se inexistente!
Mas vale dizer que até o fim do post descobri que o WikiLeaks ainda funciona: http://wikileaks.ch/Vejamos por quanto tempo...


beijo, abraço ou aperto de mão,
Babi

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