É hoje o dia do transplante.
Frio na espinha, ansiedade, receio e fé... tudo misturado.
O mais difícil é ter que ir trabalhar, estudar, quase agir como se nada estivesse acontecendo. O corpo vai ao trabalho e à faculdade, já a cabeça....
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No Circo Voador, há muito tempo... |
"A ideologia explícita dos terroristas que atacaram as Torres Gêmeas e o Pentágono em 11 de setembro é uma rejeição do tipo de modernidade e secularização que, na tradição filosófica, está associada ao conceito de Iluminismo. Em filosofia, o Iluminismo descreve não só um período específico, que coincide historicamente com o século XVIII, mas também a afirmação da democracia e a separação entre poder político e crença religiosa, valores que constituíram o centro da Revolução Francesa e da Guerra de Independência norte-americana.[...]Enquanto, para Habermas, a razão entendida como uma possibilidade de comunicação transparente e não manipuladora, pode curar os males da modernização, entre eles fundamentalismo e terrorismo, para Derrida essas forças destrutivas podem ser detectadas e nomeadas, mas não totalmente controladas ou conquistadas. Se, para Habermas, os agentes patológicos são fruto da velocidade com a qual a modernização se impôs e da reação defensiva que ele provocou por parte dos modos tradicionais de vida, para Derrida a reação defensiva vem da própria modernidade. O terrorismo é, para ele, o sintoma de uma desordem auto-imune que ameaça a vida da democracia participativa, o sistema legal que a embasa e a possibilidade de uma separação nítida entre as dimensões religiosas e secular.[...]A tese que Derrida defende, no diálogo, é de que o tipo de terrorismo global subjacente aos ataques de 11 de setembro não é o primeiro sintoma da crise auto-imune, mas apenas sua manifestação mais recente.[...] O terrorismo é o sintoma de um elemento traumático intrínseco à experiência moderna, cujo foco está sempre no futuro, de certo modo entendido patologicamente como promessa, esperança e auto-afirmação.[...]Os chamados 'terroristas' não são nesse contexto 'outros'; outros absolutos que nós, 'ocidentais', não conseguimos mais entender. Não devemos esquecer que eles foram freqüentemente recrutados, treinados e até armados; e, por um longo tempo, de várias maneiras ocidentais, isso foi feito por um mundo ocidental que, em si, no curso de sua história antiga, bem como da mais recente, inventou a palavra, as técnicas e a 'política' do 'terrorismo'."BORRADORI, Giovanna. Filosofia em tempo de terror. Diálogos com Habermas e Derrida. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed., 2004.
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Guerra Irrestrita! *risos* |
O Grande Mestre e o Guardião dividiam a administração de um mosteiro zen. Certo dia, o Guardião morreu e foi preciso substituí-lo.O Grande Mestre reuniu todos os discípulos para escolher quem teria a honra de trabalhar diretamente ao seu lado.— Vou apresentar um problema — disse o Grande Mestre. E aquele que o resolver primeiro será o novo Guardião do templo.Terminado seu curtíssimo discurso, colocou um banquinho no centro da sala. Em cima estava um vaso de porcelana caríssimo, com uma rosa vermelha a enfeitá-lo.— Eis o problema — disse o Grande Mestre.Os discípulos contemplavam, perplexos, o que viam: os desenhos sofisticados e raros da porcelana, a frescura e a elegância da flor, O que representava aquilo? O que fazer? Qual seria o enigma?Depois de alguns minutos, um dos discipulos levantou-se, olhou o mestre e os alunos à sua volta. Depois, caminhou resolutamente até a o vaso e atirou-o no chão, destruindo-o.— Você é o novo Guardião — disse o Grande Mestre para o aluno.Assim que ele voltou ao seu lugar, explicou:— Eu fui bem claro: disse que estavam diante de um problema; pode ser um vaso de porcelana muito raro, um lindo amor que já não faz mais sentido, um caminho que precisa ser abandonado — mas que insistimos em percorrê-lo só porque nos traz conforto.'Só existe uma maneira de lidar com um problema: atacando-o de frente. Nessas horas, não se pode ter piedade, nem ser tentato pelo lado fascinante que qualquer conflito carrega consigo'.