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domingo, 9 de janeiro de 2011

"Ao vencedor, as batatas"

Rubião, já tomado pela loucura, de volta a Barbacena com o fiel cão Quincas Borba.
Adaptação para o cinema de Roberto Santos, 1987.

Acabei há pouco a leitura de "Quincas Borba", de Machado de Assis (1891). Meu próximo filhote canino vai se chamar Quincas Borba! :)
Pode parecer bobeira dizer que o livro é muito bom, mas ele realmente é. A narrativa é envolvente, crescente. E  há nele a marca - pelo menos para mim - de Machado: as conversas travadas entre o narrador e o leitor/a leitora. 

Ele chama atenção, ameniza, ironiza e também tapeia o leitor.  Por exemplo, no capítulo LXXXIX o cocheiro faz uma fofoca a Rubião (confessa-lhe um encontro de amor) e este supõe tratar-se de Sofia e Carlos Maria; e nós supomos com ele. Até que no capítulo CVI, ele chama a atenção: tratava-se apenas de uma anedota do cocheiro, que tanto Rubião quanto eu (os leitores em geral) quisemos, por desorientação, acreditar tratar-se de Sofia e Carlos Maria!*risos* 

Não sou especialista, mas apreciadora da obra machadiana. Especialmente seus contos - "O Alienista" é audiolivro no meu iPod! - e "Dom Casmurro". Neles, duas coisas chamaram minha atenção: a construção e a condução das personagens masculinas e femininas.

Primeiro, a transformação dos homens. Como Bentinho tornou-se Casmurro? Aspecto, para mim, mais relevante que a traição de Capitu; até por que ele só duvida da fidelidade da mulher porque transformou-se em alguém merecedor desse epíteto. Bem como a evolução de Rubião, de professor primário, a discipulo de Quincas Borba, o filósofo, a milionário apaixonado por Sofia e depois à loucura e à miséria.

Segundo, as mulheres, que são fundamentais para a condução de suas estórias. Apesar das personagens masculinas entitularem as obras, elas - Sofia, Capitu, Evarista... - não são coadjuvantes. Ao contrário. Tornam possível as narrativas e são responsáveis, em grande parte, pelas trajetórias masculinas.

Acredito que Machado é um autor de mulheres. Fortes, principais ou secundárias, elas são as donas de suas estórias.  Mesmo que a princípio pareçam os homens seus protagonistas. Talvez inspirado pela importância que sua Carolina tivera na sua própria vida.

Findo "Quincas" preciso urgente de nova leitura. O que ler?! 
 
Acho que vou encarar um romance e um acadêmico... tá na hora de retomar ritmo.

um beijo, um abraço ou aperto de mão,
Babi

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