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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O André de Lázaro: ainda há racismo?


A pergunta é uma ironia. A resposta é infeliz e óbvia. E eu odeio discutir (refletir, propor, crer, conviver... whatever) esse assunto. Por absoluto cansaço: todo mundo sabe que ainda existe racismo, poucos admitem abertamente.

O "garanhão" da nova novela das 21 horas ("Insensato Coração") é negro. No dia seguinte a estreia não foram poucos os que chamaram Lázaro Ramos, reconhecidamente um grande ator, de canastrão. Li que sua interpretação estava fora do tom; o personagem, "André Gurgel", cheio de caras e bocas; seu repertório de sedução (uma cena em que ele agarra uma mulher no elevador, em especial) seria inacreditável...

Não duvido que Lázaro Ramos possa errar a mão em qualquer interpretação, da mesma forma que eu também não duvido que se fosse "André Gurgel" interpretado por outro ator entenda-se não negro os comentários não seriam os mesmos.

Talvez negro, bem-sucedido e pegador seja "muita informação" para a maioria da população do país... Talvez também, as pessoas não tenham se dado conta que "André Gurgel", designer, rico, bem-sucedido e famoso, não é mais negro — Lázaro Ramos, sim.
Só que isso não acontece só aqui. Que o diga o jogador de futebol Diego Maurício (FLA), recém-hostilizado pela torcida peruana no Sul-americaricano sub-20. Gestos, sons e xingamentos ao jogador brasileiro também são prova de que o racismo persiste. E como bem demonstrou Mario Filho [O negro no futebol brasileiro, 1947] a negação/hostilidade ao negro dentro de campo é nada mais que a continuidade dos preconceitos constituintes da sociedade em que vivemos.



um beijo, um abraço ou aperto de mão, 
Babi

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