O bonequinho, na crítica de O Globo, está aplaudindo de pé, mas eu ainda não sei bem o que pensar sobre "Lola" (Lola. FRA/FIL, Brillante Mendoza, 2009, 110 min.), premiado mundo afora e recém chegado ao circuito do cinema cult carioca.
Tal indecisão talvez se explique porque eu não fizia ideia da existência desse filme até comprar o ingresso - foi um convite da minha amiga Tati e eu fui! -; e assistir a um "filme no escuro" sempre tem seus riscos. Porém a questão, talvez, não seja sobre gostar ou desgostar, mas sobre estar preparada para o impacto que ele provoca. O filme é forte.
Entre o ódio e a dor intensos das duas Lolas e suas famílias, o espectador atravessa uma Filipinas chuvosa e paupérrima. Mas que, globalizada, não deixa de guardar semelhanças com outras cidades da periferia - inclusive com as áreas pobres do Rio. Enquanto a cultura vai arrebatando e limitando aquelas pessoas, seja na forma de vivenciar o luto ou no idioma coloquial - repleto de expressões em espanhol e até português - que exclui os que não compreendem o inglês do sistema oficial.
O olhar humanista de Brillante Mendoza não é apenas uma estratégia para contar o drama que possivelmente deve ser comum a muitas avós filipinas, chinesas, sudanesas, brasileiras... Mas é responsável por captar a resilência e a plasticidade do ser humano diante do seu cotidiano e da ineficácia (ou falta de representatividade) das instituições.
Até onde nossos escrúpulos podem nos conter?
um beijo, um abraço ou aperto de mão,
Babi
P.S. E por associação simples, nada específico, vou dormir com saudades das minhas avós, e tambem meu avô.
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